quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sobre amor

Freud explica muito, mas a psicologia explicou melhor quando disse que o amor é uma confluência de paixão, intimidade e união. Associamos amor com felicidade devido a sua influência direta no nosso Eu, o que certamente contribui para o enriquecimento da auto-estima. Amar faz bem, disso não há quem discorde.




O ser humano já nasce com a capacidade de amar e pode amar de muitas formas, ama-se pela qualidade ou até pelos defeitos, dizem até que quando se ama os defeitos é que se ama de verdade. Há quem acredite na teoria, outros nem tanto. A verdade é que cada pessoa ama de um jeito, umas até semelhantes ao do parceiro (a), outras opostas, o que não justifica desavenças. Ninguém ama igual e as diferenças acabam por se completar. Amor é complemento.




É um bom momento pra concordar com tom Jobim quando disse “Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”, para uns é fato a importância do amor na vida das pessoas, é sentimento que liga o meio termo ao ponto extremo da coisa e de certeza sem amor não existiria vida nem mesmo a evolução da espécie humana. No entanto há quem discorde, não obedecendo as teorias que nos forneceram, na qual é baseada na felicidade a dois, fica claro perceber que existem os que não acreditam em metades, muito menos em complementos.




Cada um ama a seu modo, em suas variadas formas, amor não deixa de ser amor quando a estação muda. Existem os que amam calado, outros desesperados. Há os românticos assumidos e até os insensíveis incontidos. Há amores de variadas formas, tamanhos e jeitos. Existem diversas maneiras de amar e ser amado por alguém. O ser humano tem personalidade, cada um vive de acordo com a sua. E o sucesso de uma relação depende do casal e em suas capacidades de superar as diferenças.




O conceito de amor muda com o passar dos anos, e de umas décadas pra cá deu pra perceber bem essa transformação. É simples, basta distinguir os jovens de hoje dos tempos passados. Romeu e Julieta não são tão atuados por atualmente, e é fato que os jovens sabem muito mais sobre sexo do que sobre amor.




Os dramas foram transformados em comédias (pouco românticas), onde não é tão doce assim a idéia de amar pra sempre. Não se faz drama em cima de decepções que são rotina em relações até que bem desenvolvidas nos tempos de hoje. Mas ainda que depois de tanto tempo, Shakespeare deixou em algumas pessoas a idéia de que “o amor verdadeiro é amar alguém mais do que superficialmente, é abdicar tudo o que temos pela união das almas apaixonadas”. Portanto, o importante é que se ame. De formas diferentes ou de jeitos semelhantes. Amar faz bem ao coração. Os Cardiologistas agradecem.




E por falar em coração, você não tem curiosidade de saber o porquê desse compasso e descompasso repentino? Dessas sensações que muitas vezes não se pode explicar? Bem, do outro lado da história, ou melhor, do lado de dentro da história. A biologia explica bem certos fenômenos e até responde a muitas curiosidades.




Podemos pensar que a atração sexual seja um fenômeno físico ou social, mas boa parte dela depende da biologia. Usamos os olhos para escolher nossos parceiros, mas o olhar não é tudo. A atração depende do olfato.




Podemos encontrar o amor em qualquer lugar. De repente, alguém nos parece muito mais interessante do que os outros, e passamos a observá-lo de maneira diferente da que observávamos antes. Os românticos dizem que estar apaixonado é um capricho do coração. Mas, na verdade, o segredo da paixão se acha guardado no interior, lá no fundo, bem no fundo de nosso nariz.




No nariz, os nervos olfativos fazem mais do que reconhecer os cheiros dos ambientes. Sem percebermos, eles também detectam e analisam as características de uma substância química liberada junto com o suor das pessoas que nos cercam: os ferormônios. Eles carregam informações detalhadas sobre nossa genética, saúde e capacidade de resistir a doenças.




Na hora da paquera, o cérebro analisa esses sinais para nos ajudar a escolher a pessoa com os melhores genes, que aumentem as chances de sobrevivência dos filhos que estarão por vir. É claro que nem nos passa pela cabeça a reviravolta que está acontecendo em nosso organismo neste exato momento. Esse fenômeno todo acontece involuntariamente. No máximo, o que sentimos são pequenas sensações diferentes das que costumamos sentir ao longo do dia.Apaixonar-se é muito mais do que viver emoções intensas. A paixão é química.




Quando avistamos a pessoa querida, liberamos adrenalina na circulação. Por trás de um olhar apaixonado, está sempre uma descarga de adrenalina. O coração bate descompassado. As pernas bambeiam. Perdemos o sono.




Na medida em que o namoro avança e nos arrebata, entra em cena a dopamina, um neurotransmissor que nos traz sensação de bem estar. A dopamina é tão potente quanto à cocaína. Ela nos leva à euforia e causa dependência. É quando sentimos a necessidade de ficar cada vez mais perto da pessoa amada.




O relacionamento íntimo e duradouro só existirá se a química for favorável. Sexo não é apenas uma fonte de prazer ou um meio de ter filhos. Sexo causa encantamento e reforça a ligação entre os amantes.





Durante o orgasmo, nossas hipófises inundam a circulação com ocitocina: o hormônio que estreita laços afetivos. É o mesmo hormônio que liga o bebê à mãe. Quanto mais sexo, mais ocitocina, mais ligados à outra pessoa nos sentimos.





Entretanto, não são em todos os casos que as pessoas envolvidas no sentimento se deixam levar. Isso indica que o amor acontece sim, e com toda a sua força. Mas o fato de ele acontecer independe de a pessoa que o sente permitir transparecer ou não. Ele simplesmente acontece.

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