segunda-feira, 7 de julho de 2008

1996

Ela era pequena demais ainda. Nem entendia direito as coisas. Não sabia o que era bom ou ruim. Era uma criança feliz apesar de tudo. Brincava. Corria. Estudava. Sorria. Chorava. Chorava muito. Era a criança mais chorona do lugar. Diziam até que ela chorava se fizessem careta pra ela. Não sentia falta de nada. Nem mesmo de uma irmã, porque nunca havia tido uma. Até que quando completou seis anos de idade, nasceu uma priminha. Não significou tanto naquele momento porque ela não sabia direito o que aquilo representava.
Ao decorrer dos anos, as coisas foram tomando rumos menos confusos. Ela passava a entender as coisas com mais clareza. E aos poucos foi percebendo como foi bom ter ganhado aquela pessoinha de presente aos seis anos.
Elas brincaram juntas. Sorriram. Choraram (é, a pequenina também chorava demasiadamente). Estudaram. Engordaram e emagreceram juntas. Elas cresceram juntas. Faziam tantas coisas juntas que pareciam até irmãs. Siamesas.
A vida tornou-se muito mais divertida e amorosa pra ela. Aquela princesinha desastrada que havia virado sua fiel escudeira representava as maiores maravilhas do mundo na vida dela.
A maior parte dos sorrisos e conquistas tem sido lado a lado. A puberdade veio e logo depois, digo muito depois a maturidade chegou também. Por mais estranho que possa parecer as duas amadureceram quase que ao mesmo tempo. A menor se criou mais rápido. As vezes a menor parece ser mentalmente mais velha que a maior, quando mostra prestativas atitudes diante da vida. Mais isso são apenas detalhes. No fundo uma aprende com a outra. Acalenta e faz de tudo em busca de uma vitória. E pela bênção dos céus a conquista sempre vem, e da melhor maneira. Nem com os tropeços há discórdia muito menos desunião. Há aquele momento de ‘ficar de mal até a morte’ ou da maldição ‘o teu peito vai cair’... Mas isso acontece vai.
Ela percebeu que seus dias sem a aquela companhia não tem a mesma graça. Não mostra o mesmo brilho. Nem constrói o mesmo mundo.
Essa sincera parceria jamais pode acabar. Esse foi um começo sem fim de uma vida inteira tendo o mais belo porto seguro. Que passa segurança e liberdade em um mesmo suspiro depois daquele mergulho interminável na piscina de plástico armada no quintal.
Isso? É amor. E é sincero. É o mais sincero. De janeiro de 1996 para sempre.

2 comentários:

Anônimo disse...

ora ora ora... o mundo virtual tornou-se pequeno diante de nossos pensamentos.
nós, anônimos e estranhos, tornamo-nos íntimos de todos ao revelar nossos pensamentos e acabamos por encontrar pessoas que comungam destas mesmas idéias sobre o mundo cruel e ficamos tão felizes ao saber que outras pessoas interessam-se pelo que nós queremos falar e postamso em nossos blogs feitos com carinho e dedicação para mostrar ao mundo quem somos!

bjinhos!

Anônimo disse...

minha pequena jornalista nascendo ♥